​​​​​No último levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, em julho, o Brasil havia conseguido subir um degrau, passando de 80ª para 79ª posição em um ranking que avalia 177 nações. Como o Relatório de Desenvolvimento Humano publicado pela ONU completou 20 anos em 2014, sempre com grande cobertura da imprensa, muitas pessoas já ouviram falar em IDH, mas nem todas sabem exatamente o que é este índice e como ele é medido.

O IDH foi criado para servir de contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita – a divisão pelo número de habitantes de todas as riquezas produzidas por um país em um ano. Enquanto o PIB considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento, o IDH, idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, leva em conta saúde, educação e renda, pontuando os países entre 0 e 1 – quanto mais próximo de 1, melhor.

Assim, uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida. O acesso ao conhecimento (educação) é medido pela média de anos de educação de adultos (número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos) e pela expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar (número total de anos de escolaridade que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante toda a sua vida). Já o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) por habitante e avalia o poder de compra dos habitantes em dólar, para que seja possível comparar os diferentes países.

O IDH consegue, como ressalta o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), “ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, mas não abrange todos os seus aspectos e não é uma representação da felicidade das pessoas, nem indica o melhor lugar no mundo para se viver. Democracia, participação, equidade, sustentabilidade são outros dos muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados no IDH, o qual, por sua vez, tem o mérito de sintetizar a compreensão do tema e ampliar seu debate”.