​​Reformas costumam ser uma dor de cabeça e gerar gastos maiores do que os inicialmente calculados. Há obras estruturais e obrigatórias, ligadas a mudanças na rede elétrica e hidráulica, por exemplo, mas há outros tipos de reformas que, com o uso da imaginação e da criatividade, podem ser feitas com prazer e trazer grandes efeitos, custando pouco.

Simone Collet, designer de interiores com especialização em Filosofia e História da Arte e graduação em Administração de Empresas, é consultora do Apezinho​, um site especializado na criação de ambientes que reflitam o estilo de vida do morador. Com base nessa experiência, ela explica que “existem muitas ferramentas de decoração que podem ser usadas por qualquer pessoa para deixar a casa com o seu estilo, sem se gastar uma fortuna. A ideia é criar camadas na decoração, para gerar interesse visual e aquela sensação de aconchego que tanto buscamos”.

Cores no ambiente

Adicionar cor ao ambiente é a primeira dessas camadas. “Além da tradicional pintura, é possível manter as paredes neutras e incluir tecidos estampados e coloridos por meio de cortinas de varão, almofadas e outros tecidos, como mantas e colchas, que podem ser usados em sofás, poltronas e camas ou ser penduradas na parede”, afirma Simone.

Reestofar sofás e poltronas que estejam em boas condições ou pintar móveis sem graça e trocar puxadores, em vez de simplesmente descartá-los, são outras medidas de baixo custo que permitem, ainda, ganhos ambientais. Como ressalta a designer, “o consumo consciente além de ser um grande aliado do nosso orçamento é também uma oportunidade para olharmos de maneira diferente e criativa para velhas peças. Muitas vezes, uma mesinha que não está mais funcionando na sala pode ser o charme que faltava no quarto”.

Aproveitamento da luz

A segunda camada é incrementar a iluminação com pontos de luz espalhados pelo ambiente, usando luminárias de piso ou de mesa ao lado de sofás e poltronas e sobre aparadores e mesas de apoio. “Uma única fonte de luz vinda de cima tende a “chapar” o ambiente, ao passo que várias fontes de luz dão profundidade e nuance, deixando tudo mais aconchegante”, ensina.

Tesouros particulares

A terceira camada, considerada por Simone a alma da casa, é a exposição dos “tesouros particulares, aqueles objetos que traduzem quem você é e o fazem se sentir acolhido. Pode ser uma coleção, suvenires de viagem, fotos de família, os desenhos dos seus sobrinhos, qualquer coisa que tenha significado para você. O importante é agrupar os seus tesouros por cor, material ou tema, criando uma unidade”.

Ela lembra que uma ferramenta capaz de modificar radicalmente a atmosfera de um ambiente sem gastar nada é mudar os móveis de lugar. “Uma boa distribuição dos móveis no ambiente é capaz de deixar o espaço mais leve e acolhedor. Procure manter uma boa circulação evitando que móveis muito grandes fiquem em frente à entrada principal dos ambientes, prefira agrupar os móveis criando “zonas de atividade” como duas poltronas bem próximas ao sofá criando uma área de bate-papo, por exemplo. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, encostar os móveis nas paredes cria um vazio no meio dos ambientes, deixando-os sem graça, e não faz com que pareçam maiores”.

Por fim, para quem não aguenta mais os revestimentos de pisos e paredes mas não quer encarar quebra-quebra e aborrecimentos, existem duas opções: pintura ou instalação de novo revestimento sobre o antigo. Os dois métodos têm muitas vantagens em relação à velha reforma, pois evitam o desperdício e economizam dinheiro e recursos naturais, por não gerarem entulho. “Hoje em dia existem tipos de tinta específicos para qualquer superfície, como alvenaria, cerâmica ou madeira, e inúmeros tipos de materiais que podem ser instalados sobre os revestimentos antigos”, informa Simone. Deixe a imaginação fluir.