A falta de água vivida em algumas regiões brasileiras, que afeta o abastecimento das residências, a indústria, a produção de alimentos e a geração de energia, não é exclusiva do país nem ficará restrita aos tempos atuais. Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, que tem sede em Washington, 4,8 bilhões de pessoas viverão em situação de estresse hídrico em 2050, e hoje 40% da população mundial já passam por esse problema. A Veolia, uma empresa francesa de soluções ambientais, estima, com base em um estudo, que das dez bacias hidrográficas mais densamente povoadas do mundo, cinco já sejam exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis.
Em função dessa realidade, um novo comportamento por parte do cidadão se tornou fundamental, tanto no momento atual de escassez, quanto depois que a crise passar. Para a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de 110 litros de água por dia para seu consumo e higiene. No Brasil, dependendo da região, o consumo por pessoa ultrapassa 200 litros/dia.
Diminuir esse volume é bem simples, com ações como tomar banhos mais rápidos, não deixar torneiras abertas enquanto se lava louça ou se escova o dente, limpar carros com balde em vez de mangueira e instalar restritores de consumo nas torneiras, pode diminuir o consumo pela metade. É preciso, também, cobrar dos governos uma gestão mais eficiente da distribuição de água. Enquanto em grandes cidades japonesas o desperdício no transporte até a torneira das casas está em 2%, no Brasil esse percentual é, na média, maior do que 30%.