Informativo – Sete Brasil

​​​​Diante das perspectivas positivas para o setor de Óleo e Gás, com projeções de crescimento de demanda mundial de petróleo maior que a oferta de fontes existentes de produção, a camada de pré-sal representava a mais nova fronteira exploratória da indústria petrolífera mundial no início da década atual. À época, o Brasil ocupava o 13º lugar no ranking global em relação ao tamanho de sua reserva de petróleo, sendo a possibilidade de exploração do pré-sal uma importante alavanca de crescimento, que colocaria o país no 4º lugar desse ranking. Com isso, o mercado brasileiro já detinha a 5ª maior carteira de encomendas do mundo de navios petroleiros e desenvolvia o maior programa de investimentos offshore do mundo, o que justificava a classificação do setor de “Óleo e Gás” como foco de interesse de investidores institucionais, como bancos, fundos de pensão e até mesmo investidores estrangeiros. A Política de Investimentos da Valia também indicava o setor como muito promissor, sendo a Sete Brasil, um projeto apresentado pelo Banco Santander e pela Petrobrás, como um dos veículos escolhidos para investimento.

​Nesse contexto, a Sete Brasil foi criada com o objetivo de viabilizar a exploração do Pré-Sal brasileiro, com uma carteira de negócios que contemplava a construção de 29 sondas de perfuração em águas ultraprofundas. A empresa tem como acionistas diretos a Petrobras e o Fundo de Investimento em Participações FIP Sondas, que conta com a participação de diversos investidores, como grandes Bancos (Santander, Bradesco e BTG Pactual), Fundos de Pensão, investidores estrangeiros e a Valia, cuja participação representa apenas 2,56% do capital.

A recomendação de investimento no projeto seguiu rigorosamente o trâmite em todos os fóruns de assessoramento previstos no estatuto da Fundação, e foi fundamentada principalmente nos seguintes aspectos: (i) o pré-sal posicionava o Brasil como uma das poucas regiões do mundo com crescimento de reservas; (ii) a Petrobras representava o maior demandante mundial para sondas em águas ultraprofundas; (iii) as sondas, consideradas de última geração, apresentavam alto valor de mercado após o término dos contratos de afretamento; (iv) o projeto apresentava excelente expectativa de retorno, sobretudo no cenário de abertura de capital da Companhia; (v) foi desenvolvida uma relevante estrutura de seguros e garantias para o projeto, que contava com recursos do Fundo Garantidor da Construção Naval; e (vii) o BNDES figurava como o principal financiador de longo prazo do projeto; dentre outros.

Entretanto, diante de inúmeros entraves enfrentados pela Sete Brasil e considerando a remota possibilidade de continuidade do plano de negócios da empresa, a Valia, por medida de conservadorismo e conforme preceituam as melhores práticas contábeis, constituiu provisão para perda no valor do patrimônio contábil do investimento em 31/12/2015 nos Planos BD e Vale Mais. Vale ressaltar que esse investimento vem sendo amplamente reportado aos órgãos de governança da Fundação.

​A Valia reitera que suas decisões sobre investimentos seguem o mais alto padrão técnico, seja no tocante aos aspectos econômico-financeiros, bem como em relação às normas legais e de governança que regem a Fundação, sendo certo que permanecerá envidando seus melhores esforços na busca da defesa da integridade dos patrimônios dos planos que administra e, inclusive, na adoção de todas as iniciativas necessárias à reparação dos danos causados, inclusive no caso da Sete Brasil, conforme orientação do Conselho Deliberativo da Entidade.