Jogos Olímpicos de Inverno ganham destaque e conquistam até países de clima quente.

Saúde e segurança
01/02/2014 - 14:08

​Disputados pela primeira vez em Chamonix, na França, em 1924, os Jogos Olímpicos de Inverno chegam a sua 22ª edição este ano, com a realização do evento em Sochi, na Rússia, de 7 a 23 de fevereiro. Ao todo, são 15 as modalidades disputadas, a maioria das quais desconhecida dos brasileiros, que enviaram a maior delegação já presente em jogos de Inverno, com 13 atletas. Jornalista com 25 anos de experiência em coberturas esportivas e atualmente chefe de redação da editoria de Esportes da TV Record, em São Paulo, Dario Leite ajuda a entender melhor o crescente interesse do público pelos esportes do frio:

Os atletas que disputam os Jogos Olímpicos de Inverno são em sua maioria profissionais, como nos jogos de Verão, ou há muita gente que faz esporte recreativo nessa disputa?

Não há mais atletas amadores nesse nível de competição. Todos são profissionais, alguns muito bem remunerados. Há estrelas como o snowboarder Shaun White. No hóquei sobre o gelo, os atletas americanos e de vários outros países são egressos da liga profissional, chamada de National Hockey League (NHL), que reúne equipes do Canadá e Estados Unidos.

Quais são as provas mais tradicionais desta Olimpíada, aquelas que atraem mais atenção do público e da mídia?

As provas que mais despertam o interesse do público são as de hóquei no gelo e de patinação artística. Não só nessa edição, nos últimos tempos têm sido assim.

Existe uma prova que seja o símbolo da Olimpíada, como a maratona é nos jogos de verão?

As provas de esqui alpino são as mais tradicionais. Mas há uma preocupação do comitê em dar uma cara mais jovem ao evento. Então, a cada ano eles incluem algum esporte radical. Desta vez, foi o snowboard e o esqui no estilo slopestyle, que se assemelha a modalidade de skate de rua (estilo mais comum praticado no Brasil e baseia-se em obstáculos encontrados na rua, tais como bordas, corrimões, paredes inclinadas e escadarias).

Os atletas brasileiros têm chance ou apenas marcarão presença?

A participação do Brasil será modesta, como de hábito. O país ainda engatinha nas modalidades de Inverno. Apenas a snowboarder Isabel Clark tem resultados expressivos internacionalmente. Ela é dona da melhor classificação de um brasileiro na história dos jogos, com o sexto lugar conquistado no snowboard cross em Turim, na Itália, em 2006.

Que países lideram tradicionalmente o quadro de medalhas?

Noruega, Estados Unidos, Canadá, Suécia, Finlândia e Áustria.

Países de clima quente já tiveram resultados expressivos em outras edições?

Sim. A Austrália, tradicionalmente, ganha algumas medalhas nos jogos de inverno.

Em termos de audiência mundial, há comparação entre os jogos?

Na maioria do mundo, não. Mas especialmente nos países nórdicos, Alemanha e nos Estados Unidos há uma audiência expressiva para os jogos de Inverno. Para dar uma ideia da relevância dos jogos, a NBC, estação americana detentora dos direitos deste tipo de olimpíada, manda aproximadamente o mesmo número de profissionais para cobrir os dois eventos, cerca de 2500 pessoas. Com um detalhe: os jogos de verão reúnem 11 mil atletas e nos jogos de inverno esse número gira em torno de 3 mil.