Controlar o impulso de consumir é, certamente, uma das formas mais eficientes de obter sucesso em seu planejamento financeiro. Comprar com base em necessidades reais, levando em conta questões como custo-benefício, disponibilidade de recursos e responsabilidade socioambiental, é uma tarefa difícil em um mundo muito voltado para o consumismo, mas indispensável a quem deseja ter controle de seu orçamento.

Se adultos precisam de autoconhecimento e disciplina para agir assim, crianças são ainda mais vulneráveis aos apelos do mercado. A criança brasileira passa em média 5h22 minutos por dia em frente à TV, indústrias, redes de varejo e agências de publicidade buscam cada vez mais fazer com que esse público-alvo deseje produtos e serviços, influenciando as decisões de compra de seus pais. E uma pesquisa feita em 2014 pelo Serviço de Proteção ao Crédito constatou que 52% dos pais cede à pressão dos filhos quando vai às compras.

Para evitar problemas, há pais atentos. A jornalista Maria Helena Esteban, mãe de Antonia, de 6 anos comenta que toma algumas atitudes para educar a sua filha, como por exemplo: “Antonia vai e volta a pé para a escola, enquanto outras crianças vão de transporte escolar. Explico que é mais saudável, por conta da caminhada e que economizamos tempo e dinheiro. Além disso, vamos ao mercado, um momento a mais juntas e que aproveito para ensinar alguns conceitos. Ela me ajuda a ver preços e fazemos comparações do que está mais em conta para comprar. Este ano, uma das grandes novidades para ela foi passar a comprar merenda na cantina da escola; então, fizemos as contas e mostrei que com um dia de merenda na cantina podemos comprar, pelo menos, duas merendas feitas em casa, com tudo fresquinho e saudável. E que merendar todos os dias na cantina sairia o mesmo preço da mensalidade do balé ou da natação. Foram argumentos que venceram o “todas as minhas amigas fazem”. E combinamos, na maior alegria, que ela tem direito a comprar merenda na escola uma vez por semana, à escolha dela”.