Seguir ou não a moda?

​​​​O consumo excessivo, quando se compram objetos inúteis ou que já possuímos em boa quantidade, é sempre apontado como causa importante dos desequilíbrios financeiros. Além de comprar demais, outro fator que frequentemente prejudica a saúde das finanças é a escolha de itens de marca, produtos que trazem embutido um custo que confere status a quem o possui. Então, a roupa da loja famosa no momento, o restaurante badalado ou o último modelo de celular tornam-se “necessidades” e ganham um peso no orçamento que não teriam caso a opção fosse por produtos similares, sem o mesmo prestígio.

Evidentemente, muitas marcas oferecem qualidade superior e inovações que as fazem tão desejadas. Mas vale a pena entender o contexto histórico que, ao longo do tempo, possibilitou a criação de produtos que distinguem seus usuários, para que, cada um, possa avaliar se vale mesmo a pena pagar por eles.

As grifes de moda foram legitimadas na França, durante o reinado de Luís XIV, quando o luxo servia de instrumento de poder e governabilidade. Havia, inclusive, uma legislação que punia quem não fosse da nobreza e usasse elementos destinados apenas àquele grupo social. De lá para cá, houve a revolução industrial, inovações tecnológicas, o desenvolvimento do capitalismo e, além das grifes exclusivas para aqueles que possuem um alto poder aquisitivo, foram criadas marcas para as classes médias que surgiram, as quais vendem produtos menos caros, mas igualmente destinados a destacar seus usuários, dentro de seus grupos sociais.

Automóveis, roupas, produtos eletrônicos, acessórios (relógios, joias, etc.), para cada item há diversos modelos com funções parecidas e preços bem diferentes, que expõem e comprovam, publicamente, a capacidade de compra de seus proprietários. Lidar com essa questão e com a importância da aparência no que diz respeito à integração social é algo muito próprio, relacionado aos valores construídos em cada família.

Do ponto de vista estritamente financeiro, as recomendações para se ter uma vida equilibrada são: avaliar se o consumo é necessário, se o produto cabe no orçamento e se o custo-benefício se mostra de fato interessante.