Cenário econômico em junho


julho de 2018
27/07/2018 - 16:56

Assim como fizemos na última edição do Valia News, destacamos este mês as principais causas que impactaram os resultados dos investimentos.

No mercado financeiro, o mês de junho foi dividido em dois períodos bem diferentes. A primeira quinzena foi uma continuação do difícil mês de maio, com resultados ruins na renda fixa e na renda variável. A segunda quinzena, por outro lado, registrou resultados positivos, mostrando que os investidores voltaram a olhar os fundamentos dos ativos e que os preços se acomodaram em um novo patamar.

No início do ano, como os agentes estavam confiantes com o novo governo e havia muitas notícias positivas, as projeções apontavam para uma forte retomada econômica e consequente crescimento do país já este ano. Com isso, a percepção de risco ficou menor e os investidores ficaram mais seguros, impactando positivamente a Bolsa de Valores e os títulos públicos. Entretanto, a partir de maio, as notícias começaram a ficar negativas, com a greve dos caminhoneiros, as pesquisas eleitorais e o cenário internacional. Com esses eventos, o mercado deixou de projetar um cenário mais positivo e esse aumento da percepção de risco, com maior incerteza sobre o futuro da economia, derrubou todos os mercados entre o início de maio e a primeira quinzena de junho. A Bolsa caiu quase 20% e a taxa de juros subiu até 50%, dependendo do vencimento, refletindo a maior percepção de risco por parte dos investidores.

Na segunda quinzena, após a forte queda registrada, os investidores saíram do movimento de pânico, com fortes vendas de ativos, e voltaram a analisar os fundamentos de cada papel. Dessa forma, a queda foi interrompida e, após os investidores passarem a considerar que existiam boas oportunidades de compra, o mercado voltou a subir. No consolidado do mês, como a queda inicial foi mais forte do que a recuperação subsequente, a Bolsa de Valores teve uma queda de 5,20% e o resultado anual, até então positivo, passou para -4,8%. Já os juros das NTN-B subiram, provocando a queda dos preços dos papéis do governo federal.

No cenário macroeconômico, seguindo a maior percepção de risco sobre o futuro do país, as projeções para o crescimento e outras variáveis, como inflação, continuam piorando. O impacto da greve dos caminhoneiros foi negativo para diversos setores da economia e isto se refletiu nos números divulgados em junho. O IBC-Br de maio, indicador utilizado como estimativa mensal do PIB, registrou queda de 3,3% – e isso fez caírem as projeções de crescimento da economia para o final do ano. A inflação foi outro indicador que sofreu com a greve dos caminhoneiros. O IPCA de junho apresentou inflação de 1,26%, acumulando alta de 4,40% no ano. As incertezas com relação às eleições também estão afetando negativamente o desempenho da economia. Adicionalmente, o cenário internacional também está contrário com a perspectiva de menor liquidez nos próximos anos, e o dólar vem se apreciando globalmente, o que também representa riscos para nossos indicadores.