Entenda as causas de resultados negativos em maio na Renda Fixa e na Renda Variável


junho de 2018
26/06/2018 - 16:57

Quem acompanha o cenário de investimentos sabe que ações (principal ativo do segmento de renda variável) tem grande oscilação na sua rentabilidade e é considerado um dos investimentos de maior risco no curto prazo ao mesmo tempo que apresenta uma maior expectativa de retorno no longo prazo.

O que é mais difícil de entender é como um investimento em Renda Fixa pode ter rentabilidade negativa.

O segmento se ch​ama Renda Fixa, pois na hora da compra do título o investidor já sabe as datas e os valores que vai receber se ficar com o papel até seu vencimento. Entretanto, é possível resgatar o título antes da data do seu vencimento a um valor de mercado, por isso os títulos são precificados diariamente. A rentabilidade é apurada a partir do valor de mercado, que pode ser menor ou maior do que o valor apurado anteriormente, gerando assim períodos de rentabilidade negativa e outros de rentabilidade muito positiva.

Vale ressaltar que, ficando com o papel até seu vencimento, o resultado das subidas e descidas do preço será nulo, com o retorno sendo a taxa definida no momento da compra.

Obs: Veja na 2ª matéria do Valia News, o que define o valor de mercado de um título.

Mas o que aconteceu exatamente em maio?

Maio foi um mês difícil para o mercado financeiro, com resultados negativos na renda fixa e na renda variável. Isso aconteceu, pois os investidores deixaram de ser otimistas em relação ao futuro da economia brasileira. Como o mercado financeiro está diretamente ligado às pessoas que negociam nele, naturalmente, essa mudança de perspectiva influencia nos resultados. Desta forma, o pessimismo gerou uma maior projeção de risco e os preços caíram.

Desde o início de 2016, houve uma série de notícias positivas para a economia brasileira, como a mudança no comando da economia no país, a aprovação do teto dos gastos públicos e da reforma trabalhista, a queda da inflação e a retomada do PIB. Esses eventos trouxeram um excesso de otimismo para o mercado financeiro, que passou a projetar um cenário mais tranquilo e de crescimento para o Brasil. Com isso, os investimentos se ajustaram para uma menor percepção de risco, trazendo fortes ganhos em todos os perfis. Entre fevereiro de 2016 e abril de 2018, a visível melhoria econômica em conjunto com a projeção de um cenário mais otimista fizeram com que a Bolsa de Valores subisse de 38 mil para 86 mil pontos e os juros das NTN-Bs (títulos públicos de renda fixa) caíssem de 7,40% para abaixo de 5,00%. Importante ressaltar que em títulos atrelados a Índices de Preço, a queda da taxa resulta em aumento do preço de mercado, trazendo ganhos para a carteira, que tem sua rentabilidade medida pelo valor de mercado do título.

Porém, em maio deste ano, foram divulgadas diversas notícias que influenciaram negativamente a economia brasileira, como o aumento dos juros americanos, a disputa comercial entre EUA e China, as pesquisas sobre as eleições presidenciais no Brasil e a criação de subsídio para atender as solicitações dos caminhoneiros.

Com esse fluxo de notícias negativas, o mercado deixou de projetar um cenário mais positivo e passou a considerar que a situação fiscal do Brasil ainda é grave e que há grandes incertezas na próxima eleição. Além disso, o cenário internacional também está contrário com a perspectiva de menor liquidez global nos próximos anos. Dessa forma, entre os dias 1º de maio e 15 de junho deste ano, a Bolsa de Valores teve uma queda de 86 mil para 70 mil pontos e os juros das NTN-B subiram de 5% para acima de 5,5%, gerando forte perda em todos os segmentos.


Para reduzir a volatilidade nos Perfis de Investimento, a Valia toma uma série de medidas como alocar a maior parte da renda variável em Fundos de Valor, que realizam gestão ativa (não seguem o índice BOVESPA) e possuem menor risco do que o mercado, e alocar a maior parte da renda fixa em títulos atrelados ao CDI (pós-fixado), que possuem menor expectativa de retorno no longo prazo mas apresentam rentabilidade sempre positiva.

Vale ressaltar que os investimentos da Valia possuem foco no longo prazo e é esperado que ocorra variação de preços em períodos mais curtos. Segundo a teoria de finanças, investimentos com mais risco possuem também maior expectativa de retorno. Dessa forma, eventuais resultados negativos de curto prazo já fazem parte dos estudos técnicos e não alteram os objetivos de investimento de longo prazo da Valia, que continua a aplicar os recursos focando em segurança e rentabilidade para propiciar uma aposentadoria digna e sustentável para seus participantes.​