No período de 23 de março a 03 de abril, os mercados reagiram positivamente frente ao anúncio de expansão de gastos do governo, paralelamente ao anúncio do Banco Central Brasileiro, que liberou parte do depósito compulsório bancário como uma forma de injetar liquidez na economia, em linha com outros países, visando combater aos impactos negativos do COVID-19. Por outro lado, os indicadores de atividade já sinalizam contração forte, assumindo as restrições de mobilidade ao longo de boa parte de abril. O número de casos de contaminação do novo vírus seguiu subindo de maneira exponencial, com reações diretas no mercado de trabalho americano, que apresentou novos pedidos de seguro-desemprego nunca vistos. Nesta última semana o Ibovespa apresentou queda de 5,3% no ano o índice acumula queda de 39,8%, o que detrai desempenho dos perfis com maior exposição à renda variável.

Quando resgatamos exemplos do passado, percebemos que estes momentos pedem calma por parte dos poupadores, de forma a não ocasionar prejuízos irrecuperáveis. Por exemplo, durante a grande crise financeira de 2008, o retorno do Índice Ibovespa foi de -41,2%, o investidor que decidiu reduzir sua exposição a renda variável, temendo quedas ainda maiores, não conseguiu capturar o retorno do mercado acionário, que já em 2009 apresentou expressivo ganho de 82,6%. A crise atual tem sua origem totalmente diferente da de 2008, por isso, não é possível precisar neste momento a velocidade de recuperação e quando os índices acionários irão se recuperar. Citamos o caso acima apenas como exemplo do que ocorre quando os investidores tomam atitudes em momentos de pânico, levando a perda permanente de capital.

Destacamos que o cenário para os mercados permanece desafiador no curto e no médio prazo. É esperado que a variabilidade dos retornos nos perfis com mais renda variável, tais como o MIX20, MIX35 e MIX40 tende a permanecer alta, com os mercados ainda processando as informações dos impactos no nível de atividade econômica, emprego, renda e saúde das empresas. Existirão momentos de maior otimismo ou pessimismo e os exageros deverão ser corrigidos, mas não podemos perder de vista o horizonte de investimentos de longo prazo.

Convidamos aos nossos participantes a leitura do material publicado em 23/03. Nele abordamos um pouco mais a fundo o momento de alta volatilidade presente nos mercados e os impactos em nossos portfólios de investimento. Destacamos o papel da gestão da Valia, com foco no longo prazo e na preservação do poder de compra de seus participantes. No curto prazo os preços se movimentam bastante, nem sempre de acordo com seus fundamentos, com muito ruído. Por isso, ressaltamos a importância do seu horizonte pessoal de investimentos e tolerância a riscos. As crises passam, os ciclos de mercado mudam, o aprendizado enquanto investidor permanece.

O time Valia irá publicar periodicamente sua visão de mercado e atuação no enfrentamento desta crise, buscando agregar conhecimento e dar tranquilidade aos nossos participantes do nosso cuidado com a gestão dos seus recursos.